Despedidas ao portão
Acenos distantes e incomodados
Eles se olham
Não desejam se separar
Mas a distância se impõe
As costas se viram
Um toma seu caminho
O outro entra pela porta entreaberta
Ambos lembram-se (sem saber, juntos)
Do abraço no portão
Alegria, entusiasmo e gentileza
É o que os outros devem ver
O coração, porém,
Apertado, triste e sozinho
Só se rende à solidão
Quantas não são as badaladas
E os giros do globo nos céus
Até que novamente se verão
Frente a frente
E tão próximos
A distância então diminui
Encontram-se
Olham-se
Abraçam-se
E entram juntos