segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Nevoeiro

A noite cai
Forte sopra a tempestade
Na penumbra surge e vai
O furtivo rosto teu

Um trovão vem despertar
Confundir meus pensamentos
Coração não cala, chora
Refém de ressentimentos

Fecho os olhos para ver
Posso até tocar-te a pele
Desejar, nos meus, teus lábios
Em teu beijo me afogar

O céu fechado te afasta
Sobressaltam-me os relâmpagos
Forçam-me a abrir os olhos
E de ti me despedir

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tradução

Muitos foram os que tentaram definir o amor.
Sou, sim, admito, apenas mais um destes.
Tenho, porém, comigo, que o amor é mais do que definição.
Amor não se traduz, sequer se sente amor.
Amor se é!

sábado, 12 de novembro de 2011

Algema

Queria eu algemar seu coração
Fazer dele meu amado prisioneiro
Encarcerado pelas grades do afeto
Detido na masmorra colorida do amor

sábado, 22 de outubro de 2011

Existências de isopor

Contemplado e exibido
Tão grande quanto o maior dos abismos
É assim o crescente desespero
Desfiladeiro de incertezas

Na foz da solidão
Mostra-se firme e imponente
Ele joga para a plateia
E esconde-se dos aplausos

Perde-se no escuro
Que ilumina sem lampião
Existências de isopor
Desfazem-se no ar

domingo, 4 de setembro de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Horas passam

As horas passam
Os sinos dobram
As pálpebras pesam
Os sentidos se vão
Mas você não está aqui

Os sonhos terminam
As vontades se extinguem
Os projetos se desfazem
Porque você não está aqui

O ânimo se vai
Da coragem resta pouco
O interesse não existe
Só porque você não está aqui

A solidão chega
A tristeza também
A culpa é sua
Você não está aqui

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Enfermidade

É doce o mal de que sofro
Minha doença é a doença dos fortes
Só suporta o vírus do amor
Aqueles que têm coragem para contraí-lo

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tempo

Talvez se um dia
Eu olhar pra trás
E conseguir ver
Os olhos do meu amor
Aí eu serei feliz novamente

Quando aquele brilho
Conseguir ofuscar a luz do sol
Talvez, neste dia, eu me lembrarei
Do que é feita a felicidade

Quem sabe quando seu perfume
Eu voltar a sentir em minha roupa
Eu terei descoberto que tudo passou
E que você ainda existe

No dia em que meu amor
Segurar minha mão
E eu sentir que nada no mundo
Poderá fazê-lo soltar

Aí, então, talvez
Eu esteja pronto para morrer
Porque terei vivido por ele
E terei cumprido todos os meus dias

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sem título

Os teus olhos brilham no escuro
Não existe o que possa ofuscar
Só neles encontro o que procuro
E que nunca cansei de buscar

Tua pele tão branca e macia
O teu corpo tão belo e esguio
É o que eu quero olhar noite e dia
Pois sem isso só resta vazio

Se tua falta o acaso me imprime
Em meus lábios encontro teu gosto
E mesmo quando a saudade meu peito comprime
Agradeço ao bom mês de agosto

Se um dia o Sol escurecer
E o medo vier te assombrar
Pode crer que nunca vai nascer
Quem vai me impedir de te amar